Em tempos em que o termo mulher vem sendo dissolvido até perder o significado e então passa a ser ressignificado para servir aos interesses (masculinistas) do queer é importante, além de voltar ao significado original da mulher (enquanto casta sexual), voltar ao significado original de misoginia.
Misoginia = Uterovaginódio. Ou seja, misoginia é o ódio contra o útero e a vagina. Quando disse em um texto anterior que o homem instituiu a casta sexual das mulheres pela possibilidade dela desenvolver um corpo capaz de ser fecundado pelos machos, a instituição desse sistema de castas se deu justamente pela implementação do ódio contra os órgãos destinados a serem escravizados pelos machos.
A lógica é bem simples, se esses órgãos definem a casta sexual das mulheres, me refiro ao útero e à vagina, torna-se então claro que eles devem ser destituídos de valor e violentados para serem domesticados e foi exatamente isso que ocorreu. Simultaneamente o órgão sexual masculino, destinado a violentar a fêmea, foi idolatrado e imbuído de todo poder simbólico sócio-histórico-cultural.
Assim se percebe o transativismo como extensão óbvia do patriarcado ao fortalecer o desvalor da vagina e do útero além da ambição cruel de apagar completamente da existência esses órgãos. O transativismo quer transformar em primeiro lugar a vagina em um simples orifício sexual e o útero em uma peça transplantável, como se a mulher fosse apenas um dispositivo orgânico de cultuvação de úteros.
Para o transativismo a vagina é o que o homem sempre defendeu que fosse, um buraco, chegando ao ponto de dizer que um homem ter seu pênis mutilado e deformado para formar um orifício é o mesmo que ter uma vagina. Além dessa perversão do que é chamado de vagina, a vagina real, o órgão sexual e produtor da fêmea é considerado um tabu, invertendo a lógica de opressão é chamado de violência contra os machos-que-se-dizem-mulher. Isso é especialmente grave considerando que a vagina e o clitóris são mutilados e deformados pelo ódio machista em todo tipo de crime ao longo da história e até os dias de hoje. Esses órgãos hoje são secundários em termos de quantidade e qualidade de estudos e investimentos em pesquisas e produção de conhecimento científico em relação ao pênis.
O caso do útero é ainda mais grave embora felizmente a ciência ainda não tenha a capacidade de aplicar com perfeição a violência planejada pelo transativismo. Para realizar o sonho de gravidez das "mulheres trans" as mulheres são vistas como um terreno de cultivo de útero para eventual colheita e transplante. E algumas meninas, por uma suposta "empatia" (que é na verdade subserviência ao falo) já cogitam doar o útero para que o fetiche do macho-grávido se realize. Essa vontade de se apropriar do útero das fêmeas não é nada mais do que o que o macho sempre impôs sobre a fêmea, a posse do útero, apenas deixaria de ser de maneira direta para uma posse direta.
Quando o transativismo quer apagar o útero e a vagina da existência ao mesmo tempo em que se apropria deles enquanto termos que fazem parte do discurso do homem, como se útero e vagina pudessem ser do homem, ele quer na verdade apagar a mulher. Se a mulher não pode mais falar justamente da violência que o homem impôs sobre ela pra fazer a divisão das castas sexuais, ou seja, a dominação da vagina e do útero, isso significa é que a própria mulher é apagada da existência.
"Não podemos reduzir a mulher à vagina e ao útero", dizem, oras, quem reduziu metade dos seres humanos a isso ao estabelecer o sistema de castas sexuais é o patriarcado e agora ele quer apagar até isso, a intenção é não sobrar nada.
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