terça-feira, 7 de fevereiro de 2017
Qual a coisa mais trans que eu já fiz?
A melhor parte de ter nascido macho, identificada como homem no nascimento, passado pela socialização masculina e entrar em contato com o feminismo radical é eu ter me imposto a restrição de não odiar mulher nenhuma. Nenhuma mesmo, nem a Sara Winter.
Agradeço à pessoa que me introduziu à teoria, que me ensinou a não expor mulheres, não xingar, não odiar e não agredir de nenhuma forma. Se eu virei gente do ano passado pra cá (na época de 2014 para 2015) foi por causa disso, pude gastar mais tempo entendendo e amando do que odiando.
Pode não parecer mas isso é um privilégio. Essa restrição faz com que eu sempre precise questionar meus sentimentos e pensamentos e reformular de uma maneira compreensiva. Me privar de viver a misoginia foi a experiência mais trans que eu já vivi, porque não existe nada mais cis-macho do que odiar a mulher.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário